sábado, novembro 23, 2024

Minas deve produzir 50% do total de sacas de café da safra 2015/16

museu_do_cafe__santosMinas Gerais deve produzir 50% do total da safra de café 2015/2016 do País, projetada em 44,3 milhões de sacas de 60 kg. A expectativa é da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg).

Conforme o presidente da Faemg, Roberto Simões, a colheita da safra no Estado está terminando e o longo período sem chuva e a temperatura muito acima da média histórica resultaram na ocorrência de grãos miúdos, com perda em quantidade e qualidade. “Ao fim do processo, os produtores ainda amargaram queda nos preços pela saca”, afirmou, ressaltando também que a crise aumentou os custos de produção da commodity nesta safra.

Para ele, diante desse cenário, surgem desafios que precisam ser driblados: administrar, de forma estratégica, o escoamento da produção, realizar uma gestão otimizada do caixa e ainda planejar e investir na próxima safra. “Torna-se imprescindível definir prioridades e alternativas rentáveis, que não estejam suscetíveis às variações do mercado ou da economia. Temos dados que nos apontam que a melhor aposta é a produção de cafés especiais, que têm colocado em evidência as regiões produtoras de Minas Gerais”, declarou.

A produção de cafés especiais no Brasil cresce entre 10% a 15% a cada ano. Atualmente, de acordo com a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA, sigla em inglês), cerca de 10% do café produzido no País é especial.

Segundo dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé), o preço médio de venda das sacas de café commodity, entre janeiro e julho deste ano, foi de US$ 176,58, sendo que os naturais médios alcançaram US$ 156,51 e os especiais atingiram US$ 229,37.

Entre os maiores consumidores dos cafés especiais brasileiros estão Japão, Estados Unidos e União Europeia. Já o mercado interno tem ainda muito potencial para crescer: das atuais 20 milhões de sacas consumidas no País, estima-se que apenas 1 milhão de sacas sejam de cafés especiais.

O diretor da Faemg, Breno Mesquita, afirmou, também em nota, que, além de apresentarem boa rentabilidade, os cafés especiais não estão sujeitos às oscilações da bolsa de valores. “O Brasil sempre se destacou como um grande produtor de café commodity, que é cotado na Bolsa de Nova York e, por isso, sofre com as diferentes variações do mercado. Até mesmo uma alteração climática interfere no seu valor”, afirmou, ressaltando que o Brasil precisa mostrar a qualidade de seu produto.

Na semana que vem, entre os dias 24 e 26, a capital mineira vai ser a sede da Semana Internacional do Café (SIC). A expectativa é que neste ano sejam gerados R$ 25 milhões em negócios diretos e cerca de R$ 60 milhões indiretamente.

Fonte: Estadão Conteúdo

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