Conforme as investigações, iniciadas há cerca de quatro meses, o proprietário da empresa e quatro funcionários que exercem a função de motoristas adicionavam produtos químicos ao leite cru in natura com a finalidade de mascarar a adição da água e aumentar o volume do produto final. A intenção era aumentar a lucratividade, além de evitar a perda de leite já em deterioração.
A empresa recolhia entre 40 e 50 mil litros de leite cru diariamente junto aos produtores de leite de vários municípios da região. Os motoristas eram orientados a acrescentar água e bicarbonato de sódio (substância utilizada para adequar o leite impróprio ao consumo, deixando-o dentro dos parâmetros legais). O leite seria encaminhado para a Laticínios Unibom, localizada em Água Santa.
As análises de quatro coletas feitas pelo Mapa nos meses de agosto de 2014 e 2015 comprovaram que houve adulteração do produto, com o intuito de dar uma “nova vida” ao leite, embora isto não o torne um produto de qualidade. Leite e derivados produzidos a partir da matéria prima fraudada ficam comprometidos quanto ao seu valor nutritivo, pois a sua degradação natural faz com que os principais nutrientes – vitaminas, sais minerais e proteínas – tenham seus valores bem abaixo dos padrões estipulados pelo Mapa.
As investigações dão conta, ainda, que os suspeitos coletavam leite com até sete dias de prazo entre a ordenha e a coleta.