sexta-feira, setembro 20, 2024

Bom processo de gestão e análise dos custos de produção aumentam margem de lucro da atividade cafeeira

Analisar os custos de produção, fazendo o apontamento de dados e gastos da propriedade cafeeira e aplicar o processo de gestão com eficiência, pode gerar aumento da margem de lucro com a cafeicultura. “Inicialmente o produtor precisar detalhar os custos de produção da lavoura, gerando indicadores como o Custo Operacional Efetivo (COE), Custo Operacional Total (COT) e Custo Total (CT), para saber como aplicar o processo de gestão”, afirmou o palestrante Diego Humberto de Oliveira, durante o Dia de Mercado de Café, realizado hoje, 05/11, em Lavras (MG).

O engenheiro agrônomo e coordenador de Pesquisas e Serviços em Gestão do Centro de Inteligência em Mercados da Universidade Federal de Lavras (CIM/UFLA) explicou que o primeiro passo para o sucesso da atividade cafeeira começa com o planejamento da gestão de informação, do ambiente da produção e do cliente final. “O objetivo da gestão de custos é gerar indicadores que permitam uma avaliação do processo operacional, identificando a eficiência produtiva de cada talhão da propriedade. Gerar informações que contribuirão para o planejamento de venda do produto é simples: o primeiro passo é anotar detalhadamente os gastos da lavoura e analisar as possíveis ações que contribuirão para a sustentabilidade da produção, atendendo a demanda dos consumidores finais”.

Durante a palestra, Diego apresentou os custos de produção de alguns estados brasileiros e municípios de Minas Gerais e explicou o porquê de diferentes regiões gastarem mais com mão de obra do que outras. Em Manhumirim, localizada na região das Matas de Minas, onde se produz a espécie Coffea arabica, 57% do Custo Operacional Efetivo é composto apenas por salários, uma vez que o tipo de produção da região é manual. Já em Jaguaré, do Espírito Santo, a produção de Coffea canephora é semimecanizada e 50% do COE é composto por pessoas.

Segundo o palestrante, a localização das regiões e o tipo de produção influenciam nos custos, que podem variar entre salários de funcionários, insumos, juros de custeio, colheita e pós-colheita e gastos administrativos, e depois de identificados pelo cafeicultor, ele saberá aplicar a melhor gestão. “O planejamento é o segredo para se obter uma margem de lucro satisfatória e uma produção eficiente”, disse. Os dados revelados pelo palestrante foram coletados pelo Projeto Campo Futuro da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do CIM/UFLA.

O processo de gestão da atividade cafeeira também foi tema da palestra do engenheiro agrônomo e coordenador do Centro de Inteligência em Mercados da UFLA, Fabrício Andrade. Segundo ele, para o cafeicultor conseguir aumentar a eficiência da produção, diminuir os custos e multiplicar o valor de entrada, ele precisa de planejamento e disciplina. “Com persistência e disposição, o produtor pode atuar como gestor e aumentar a qualidade do café e da receita, e ainda, produzir cafés especiais”, afirmou Fabrício.

Conforme dados da palestra, a gestão de custos, que se refere à utilização dos recursos com eficiência, a qualidade, que proporciona um aumento do valor do produto vendido, e a gestão da comercialização, que visa à garantia de melhores preços e minimização de riscos, são considerados os três pilares essenciais para o sucesso da lavoura. “O ponto principal é mostrar ao produtor que a boa gestão faz com que a receita, da venda do produto, seja maior do que o valor dos custos de produção”, disse Andrade.

Caso de Sucesso – Para finalizar o primeiro painel, o engenheiro agrônomo e Diretor do Departamento Técnico da Cooperativa dos Produtores de Café Especial de Boa Esperança/MG, Eliezer Reis, apresentou o caso de sucesso da cooperativa certificada que hoje conta com 170 produtores filiados. Eliezer revelou que de 100% do café produzido este ano, 75% foram para exportação e 25% para consumo interno. “A boa produção de café especial garantiu à cooperativa o segundo lugar do concurso de melhor categoria brasileira. O primeiro ficou com a Carmo de Minas”, afirmou.

A Cooperativa de Boa Esperança iniciou em 2006, com 44 produtores filiados e hoje atende o mercado convencional, sustentável e começa a produzir o orgânico, cujo mercado específico mantém grande expectativa de crescimento. “Além de aproximar os produtores e fortalecer a cafeicultura local, nós também trabalhamos com projetos sustentáveis, como melhoria de proteção e conservação do solo, adubação verde e mapeamento de pragas”, finalizou Reis.

Joaquim Donizetti da Silva atua como produtor rural desde os 20 anos de idade e é filiado à cooperativa desde a fundação. No início, ele tinha apenas um hectare plantado. Hoje, já são seis hectares na fazenda localizada em Campo Belo, Boa Esperança, região Sul de Minas. “São 35 anos de conhecimento e aprendizado. Comecei muito novo como cafeicultor, mas atualmente como diretor administrativo da cooperativa, posso dizer que somos todos unidos e ajudamos uns aos outros”, revelou.

 

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