O Conselho dos Exportadores de Café no Brasil (Cecafé) estima que as exportações do produto pelo Porto de Santos baterão recorde em 2015. As projeções apontam que os embarques devem somar cerca de 30 milhões de sacas, o que representa um crescimento superior a 7%, em relação ao volume embarcado pelo complexo santista em 2014, que foi de 28,8 milhões de sacas. Em todo o País, as exportações da commodity devem superar 36,5 milhões de sacas.
O balanço prévio do órgão confirma Santos como o principal porto de escoamento da produção brasileira de café, ao representar 83,7% de todos os embarques ocorridos no País. No acumulado de janeiro a novembro de 2015, o relatório aponta crescimento de 7,1% nos embarques quando comparado com o período de 2014.
Nos 11 primeiros meses do ano passado, 28.058.183 sacas de café foram embarcadas no Porto de Santos. No mesmo período de 2014, o volume foi de 26.178.095 sacas.
Apesar do aumento das exportações, a receita obtida com as vendas da commodity tiveram uma ligeira queda de 0,33%. Enquanto de janeiro a novembro de 2014 foram gerados US$ 4,85 bilhões, no mesmo período do ano passado, a soma foi de US$ 4,83 bilhões.
“A redução nas importações da China de 18,8% em outubro, indicando a desaceleração da economia chinesa (26,5% das vendas externas do Brasil destinam-se ao país), a melhoria na geração de empregos nos EUA que reforçaram a expectativa de subida da taxa de juros e as chuvas ocorridas nas regiões produtoras de café, colaboraram para a redução nos preços de café”, destacou o diretor técnico do Cecafé, Eduardo Heron Santos.
Para o executivo, a capacidade portuária do cais santista é o que garante índices elevados de embarques do produto no País. Entre os pontos considerados positivos, estão escalas frequentes de navios e a atracação de embarcações de grande porte, que dão confiabilidade ao embarque da safra.
Brasil
No cenário nacional, Heron destaca a capacidade e eficiência logística do setor exportador no escoamento da produção brasileira, o aumento nas vendas externas do conillon, o câmbio favorável à exportação, a melhoria nos preços em comparação aos dois últimos anos como fatores que contribuem para os índices positivos.
O Cecafé também prevê crescimento nos números gerais de embarque ao final de 2015, capaz também de bater o recorde de exportação em todos os portos do País, registrado no último ano. Na ocasião, foram exportadas 36,4 milhões de sacas no total de complexos portuários brasileiros.
“Com o câmbio favorável à exportação e um crescimento do consumo interno e externo, o Brasil poderá ter um ligeiro incremento de 0,3% e embarcar cerca de 36,5 milhões de sacas em 2015, gerando uma receita cambial de US$ 7 bilhões e garantindo a participação brasileira de 33% no mercado mundial”, afirma.
Ainda de acordo com o executivo do Cecafé, os principais mercados de destino das exportações do café brasileiro continuam sendo EUA (21%), Alemanha (18%), Itália (8%), Japão (6%) e Bélgica (6%). Ele destaca, porém, que o órgão tem registrado crescimento na importação por países que são, historicamente, produtores.
Isso deve-se ao aumento no consumo do produto, cuja produção interna pode não ser suficiente. O México é um desses países, que registrou taxa de crescimento médio de 2,1% nos últimos quatro anos e consolidou-se entre os dez maiores compradores de café brasileiro.