A colheita de soja em Mato Grosso avançou com rapidez na última semana e o plantio da segunda safra de milho seguiu o mesmo ritmo, em meio a condições climáticas favoráveis, informou nesta sexta-feira o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).
A colheita de soja atingiu esta semana 39,4 por cento da área total plantada, ante 25,6 por cento na semana passada e 34,6 por cento no mesmo período de 2015.
Na região oeste, por exemplo, a colheita da oleaginosa saltou para 50 por cento da área plantada.
Dados do painel Agriculture Weather Dashboard, da Thomson Reuters, mostram que os últimos dias foram de poucas chuvas em Mato Grosso, o que favoreceu os trabalhos de campo.
O milho “safrinha”, que é plantado logo após a colheita da soja, acompanhou o ritmo e já está semeado em 41,8 por cento da área total prevista, ante 25,7 por cento na semana passada e 39,5 por cento um ano antes.
Em um boletim divulgado mais cedo esta semana, o Imea destacou, no entanto, que “apesar de o ritmo estar acelerado agora, observa-se acentuado atraso (…) em relação à média da evolução de semeadura da safra 2010/11 até a safra 2014/15”.
“Isso ocorre devido a fatores já conhecidos (atrasos climáticos no plantio de soja) que acarretaram o atraso nos trabalho de campo no mês passado”.
A safra 2015/16 no Centro-Oeste foi marcada por irregularidades nas chuvas, em decorrência de um fenômeno El Niño de forte intensidade, prejudicando principalmente o período de plantio de soja e o desenvolvimento das lavouras nas últimas semanas de 2015.
O Imea destacou que as próximas duas semanas serão decisivas para a safra 2015/16 de milho, já que Mato Grosso encontra-se na chamada “janela ideal” de clima para a semeadura.
“Se os trabalhos de campos avançarem bem até o final do mês, possivelmente as lavouras ainda terão bons volumes de chuva (…) no período em que a produtividade das lavouras é definida”.
Segundo um especialista em clima da Lanworth, uma mudança no padrão dos ventos no oceano Pacífico deverá alterar o deslocamento das águas mais quentes e atrasar em quatro a seis semanas o declínio do fenômeno climático El Niño, beneficiando as lavouras da segunda safra de milho no Brasil.
A previsão feita pelo analista Adam Turchioe foi de tempo chuvoso em março e abril no país.