Após reunião com o presidente em exercício, Michel Temer, o vice-presidente da CNA (Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil), José Mário Schneider, disse que na quarta-feira, em Washington, ocorreu a última conversa com as autoridades norte-americanas e o acordo para que o Brasil comece a exportar carne bovina in natura para os Estados Unidos foi selado.
A assinatura do acordo sanitário estava previsto para ontem, durante a reunião do Comitê Consultivo Agrícola Brasil-Estados Unidos na capital norte-americana. Segundo Schneider, esse acerto é uma importante sinalização porque deve levar a novos acordos comerciais.
“Brasil e Estados Unidos são os dois maiores players na agropecuária no mundo e muitas vezes as nossas dificuldades são as mesmas. Nós já estamos caminhando num diálogo muito estreito para que a gente possa avançar e evoluir em nível global”, disse, destacando que os dois países estão em processo de “conversação avançada” em outros setores também.
Schneider afirmou que não conhece profundamente o acordo quanto aos Estados, com classificação livre de febre aftosa, que poderão exportar para os Estados Unidos. Mas ressaltou que independente do número de unidades da federação capacitadas, o mais importante é que o acordo finalmente saia do papel. “O mercado americano é bastante exigente e mostra que nossa carne está no padrão top mundial”, disse.
De acordo com o executivo, a estimativa é de que as vendas de carne congelada comecem em até seis meses. “O importante é que já está liberado”, afirmou Schneider, que não soube destacar a estimativa de volume e receita que as exportações de carne congelada in natura para os Estados Unidos devem gerar ao Brasil “Não há estimativa de volume, mas é uma sinalização importante”, disse.
A ex-ministra da Agricultura e presidente licenciada da CNA, senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), escreveu ontem, no twitter, que a abertura do mercado norte-americano para a carne brasileira estava em negociação desde a visita da presidente afastada Dilma Rousseff ao País, em 2015. A ex-ministra criticou o atual ministro das Relações Exteriores, José Serra, e disse que ele está tentando “produzir notícias na marra”.
“Estávamos em fase de negociações dos certificados e habilitação das agroindústrias. Foi tudo assinado entre Obama e Dilma em 2015. Em 2015 derrubamos todos os embargos à nossa carne no mundo.