Segundo apurou a pesquisa diária do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da USP), os preços da soja no mercado físico brasileiro fecharam a quinta-feira (16.01) com preços médios da soja nos portos do Brasil sobre rodas para exportação caindo expressivos 1,37%, para R$ 87,53/saca (contra R$ 88,75/saca do dia anterior). Isto reduziu o ganho do mês para 0,43%.
“A nova queda de 0,51% da cotação em Chicago, nesta quinta-feira, permitiu à China voltar ao mercado pagando menos. Por isso, a média dos preços médios da soja nos portos do sul do país ou seus equivalentes nos outros estados recuaram”, segundo apontam os analistas da T&F Consultoria Agroeconômica.
Já no interior os preços médios caíram menos, cerca de 0,66%, para R$ 83,17/saca (contra R$ 83,72/saca do dia anterior). Isso reduziu o ganho do mês para 0,45%. No mercado físico do Rio Grande do Sul, a pesquisa privada da T&F detectou queda de 50 centavos/saca para R$ 89,50, contra R$90,00/saca do dia anterior, no porto para fevereiro, com queda de 1 real/saca para R$ 85,50 em Ijuí e Cruz Alta e R$ 86,50 em Passo Fundo.
No Paraná, os preços para a safra atual, de 2020, mantiveram a alta do dia anterior para R$ 83,00 no balcão, para o produtor, em Ponta Grossa, com o mercado de lotes recuando para R$ 85,00, contra R$ 89,00 do dia anterior, para soja disponível, com entrega em janeiro e pagamento início de fevereiro. No porto de Paranaguá o preço voltou para R$ 87,00, contra R$ 90,00/saca do dia anterior, também para janeiro. O mercado futuro recuou um real/saca para R$ 85,00 em Ponta Grossa para abril.
CHINA
A China comprou 11 cargos de soja brasileira nesta quinta-feira – um dia depois de assinar acordo com EUA. De acordo com a T&F, a queda nas cotações em Chicago permitiram à China subir alguns centavos no prêmio no Brasil e, assim mesmo, comprar um pouco mais barato.
Por isso, a China adquiriu cerca de 8 cargos (480.000 toneladas) de soja brasileira para 2021 e mais 3 cargos (180 mil toneladas) para 2020. De soja americana comprou apenas
um cargo (60.000 toneladas) via PNW.
“Isto confirma a declaração do Vice-Premiê chinês à Reuters de que o acordo comercial não afetará outros fornecedores agrícolas da China. Outra conclusão é que China e EUA assinam acordo comercial inicial, mas dúvidas e tarifas persistem, afetando o mercado de Chicago (vide comentário à p. 3)”, concluem os analistas a T&F.