A Saudi Heritage Preservation Society pediu à UNESCO que proteja as técnicas tradicionais de cultivo de café Khawlani na Arábia Saudita. A tradição árabe é transmitida há gerações pelas antigas tribos de Khawlan, que cultivam e processam grãos de café Khawlani nos vales verdejantes de Jazan, uma região no extremo sul da Arábia, há mais de 300 anos.
Os esforços para começar a preservar esse legado começaram em 2019 com a documentação do processo de cultivo de grãos de café Khawlani pelos agricultores locais.
Segundo Rehaf Gassas, gerente de projetos da Saudi Heritage Preservation Society, os grãos de café Khawlani são descritos como o ouro verde de Jazan, mas há falta de conhecimento entre os sauditas de que a região de Jazan é um dos maiores produtores de café do mundo.
“O número de agricultores em Jazan é realmente alto e eles enfrentam muitos problemas e dificuldades, inclusive com água e recursos de trabalho. Espero que, ao inscrever esse (processo de cultivo) na UNESCO, isso ajude a promover (grãos de café Khawlani) em toda a Arábia Saudita e incentivar a nação a ajudar esses agricultores.”
“Estamos muito otimistas”, disse Gassas. “A própria comunidade é a maior apoiadora, porque eles investem muito nos grãos de café que estão plantando, e é realmente muito importante para eles mostrar ao mundo que eles têm essa rica cultura e herança”.
A Arábia Saudita é um dos maiores produtores de café arábica do mundo, e os sauditas são classificados como alguns dos maiores consumidores da bebida. Nomeado após a tribo que cuidava deles, os grãos de café Khawlani são considerados alguns dos grãos de café mais conceituados do mundo.
Com as técnicas sendo transmitidas oralmente de boca em boca, as técnicas de cultivo de café Khawlani são cruciais para a preservação não apenas da identidade cultural do país, mas também da história islâmica, como o café foi cultivado pelos monges sufis no Iêmen.