sábado, novembro 23, 2024

CAFÉ: clima das próximas semanas será determinante

No Brasil, os preços ao produtor de arábica subiram 0,9% desde o início de agosto, em torno dos R$ 1.300,00/sc, faixa esta que segue desde junho pelas médias mensais. Já o conilon teve desempenho melhor no período, subindo 4,8%, para atuais R$ 750/sc, enquanto o primeiro vencimento na bolsa de Londres, referência para o robusta, subiu 9,9%. O Cecafé informou que as exportações de agosto somaram 2,76 milhões de sacas, queda de 2% sobre ago/21 e 8% no acumulado do ano safra (jul-ago 22/21). Chamou atenção o embarque de conilon, 74% menor que o de ago/21, com 89 mil sacas, o menor desde mai/18, enquanto os de café arábica foram 11% maiores sobre ago/21.

Como as primeiras chuvas não deverão vir de maneira abrangente antes do início de outubro, as lavouras que tiveram floradas precoces em agosto e vêm sofrendo com o calor têm grande chance de abortamento, mas não foi a florada principal. No geral, as lavouras têm sentido bastante com o calor forte e sem antecipação das chuvas.

 

De acordo com a consultoria Itaú BBA, acredita-se que a safra brasileira de arábica pode ter sido um pouco menor que as 41,5 milhões de sacas estimadas pelo USDA, mas acima de algumas estimativas exageradas que circulam no mercado. Ao reduzirmos nossa percepção para o arábica para 38 milhões de sacas, limite inferior de nossa simulação feita em nov/21 (38 a 42 mi de scs) e mantendo o conilon em 22,8 milhões de sacas, chegamos nos 60,8 milhões apresentados no balanço global ao lado, com o efeito de reduzir o superávit entre produção e consumo de 7,9 milhões de sacas em 2022/23 para 4,4 milhões de sacas, incluído este ajuste.

Como sempre, o tamanho real da safra será definido apenas em meados do próximo ano, por diferença, a partir da consolidação do que de fato será exportado neste ano safra. Se a produção foi próxima de 60-61 milhões de sacas, o Brasil terá condições de exportar pelo menos 2,9 milhões de sacas/mês, ou 35 milhões até jul/23.

 

O desenvolvimento climático no Brasil nas próximas semanas será determinante como ponto de partida para a safra 2023/24, sendo fundamental observarmos o retorno das chuvas sem grande atraso para a abertura da florada principal e com condições favoráveis na sequencia para seu pegamento. Caso o clima se mostre favorável acreditamos que NY pode sofrer algum ajuste para baixo.

Por outro lado, caso as condições climáticas se mostrem ruins, certamente teremos descontos de produção para 2023 e o potencial reduzido.

As informações são da Consultoria Itaú BBA.

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