As lavouras de arábica têm se desenvolvido melhor que na safra passada e, em algumas regiões, a maturação está adiantada, segundo indicações de colaboradores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. Com isso, produtores de algumas importantes áreas cafeicultoras podem iniciar a colheita já em meados de maio, antecipando a oferta de cafés da nova temporada ainda para o final do primeiro semestre. No geral, produtores estão animados também com o possível aumento do volume e da qualidade dos grãos 2016/17.
O Cerrado mineiro e o Sul de Minas Gerais concentram o maior número de relatos de antecipação de colheita. As altas temperaturas durante o dia estão auxiliando na maturação dos grãos. Muitos produtores também indicam que os grãos serão maiores que os da safra anterior e o volume de cafés de alta qualidade deve aumentar. A confirmação, no entanto, ainda depende do clima no final do desenvolvimento da safra e, especialmente, durante a colheita – umidade durante a colheita pode prejudicar a secagem e, consequentemente, a qualidade da bebida.
Na região paulista Mogiana, o cenário ainda é incerto. Enquanto alguns produtores consultados pelo Cepea acreditam que a colheita poderá ser adiantada, outros ainda aguardam os próximos dias para analisar se os grãos estarão prontos um pouco antes do período tradicional.
Já em Garça (SP), Zona da Mata Mineira e Noroeste do Paraná, colaboradores do Cepea indicam que a colheita de arábica deve se intensificar apenas em junho, período normal para a variedade. Com relação à qualidade e o tamanho dos grãos, produtores dessas praças também têm expectativa de safra volumosa e de alta qualidade, fundamentados nas precipitações ocorridas no período de enchimento dos grãos.
ROBUSTA – A colheita de robusta também pode ser antecipada em regiões do Espírito Santo, por conta das altas temperaturas que aceleram a maturação. Alguns agentes indicam que os trabalhos podem ser intensificados já a partir do final de abril, época em que geralmente são negociados basicamente os cafés precoces. O calor, no entanto, ainda prejudica os grãos capixabas. Apesar da possibilidade de irrigação, agentes consultados pelo Cepea indicam que as perdas não serão recuperadas e alguns estimam que a quebra pode chegar a 25% do inicialmente esperado pelos produtores.
PREÇOS – Nessa quarta-feira, 24, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 bebida dura para melhor, posto na capital paulista, fechou a R$ 482,08/saca de 60 kg, queda de 3% no acumulado de fevereiro. O Indicador CEPEA/ESALQ do robusta tipo 6 peneira 13 acima foi de R$ 383,35/saca de 60 kg, baixa de 3,6% no mês – a retirar no Espírito Santo.