O julgamento do processo administrativo que a unidade de Naviraí da Friboi, do grupo JBS, responde será realizado em janeiro de 2016 e a multa que pode ser aplicada é de até R$ 7 milhões. O Procon de Umuarama (PR) identificou que a empresa vendeu carne com formol em outubro de 2014.
Durante análise, o órgão da cidade paranaense identificou que a carne do tipo capa de filé a vácuo, originada da unidade da empresa que fica em Naviraí, distante 359 quilômetros de Campo Grande, apresentava formaldeído em quantidade danosa à saúde humana. A constatação foi feita a partir de testes da Universidade Estadual de Maringá.
A empresa já se pronunciou no processo e justificou que o formol, como popularmente é conhecida a substância química, teria sido formada pela própria carne. Os testes foram feitos em carnes de seis frigoríficos, em diferentes cortes disponíveis a venda. O único que acusou o problema foi a capa de filé da Friboi.
Uma denúncia que chegou ao Procon de Umuarama deflagrou a investigação.
“Não quer dizer que a empresa agiu de má fé. Fizemos testes em outros tipos de carnes, inclusive da Friboi, e nada foi encontrado. Existe o chamado risco de atividade do empreendedor, que acontece em uma produção de larga escala, quando uma pequena parte do que foi produzido acaba com problema”, disse o secretário de Proteção e Defesa do Consumidor e Umuarama, Sandro Gregório da Silva, 44.
Segundo o titular da pasta, já houve instrução do processo e falta a Friboi retornar considerações finais. O julgamento do mérito está programado para acontecer em janeiro do ano que vem.
OUTRO LADO
A Friboi respondeu ao Portal Correio do Estado que não utiliza formaldeído em sua linha de produção. “A empresa está apurando os fatos ocorridos enquanto aguarda decisão administrativa pelo PROCON Umuarama”, informou a assessoria de imprensa da empresa.
“A Friboi ressalta que possui rigorosos processos de qualidade e garantia de origem, e que a Fiscalização do SIF ( Serviço de Inspeção Federal) é permanente e verifica todas as questões que envolvem a produção de carne dentro dos frigoríficos”, justificou.
A assessoria de imprensa ainda destacou que não há adição de conservantes na carne in natura, como determina o Ministério da Agricultura.