Quarto principal produto exportado pelo Brasil em 2015 (teve à frente, apenas, a soja em grão, o minério de ferro e o petróleo em bruto), a carne de frango inicia 2016 na sexta posição.
Notar, porém, que a despeito de perder posição e registrar queda de receita próxima de 7,5%, a carne de frango teve sua participação na receita cambial brasileira elevada em 12,82%. Ou seja: os 3,05% de um ano atrás subiram agora para 3,44%, pois há produtos com desempenho bem pior…
Recuar do quarto para o sexto posto não preocupa, mesmo porque em 2015 a carne de frango abriu o exercício na sétima posição. O que preocupa, sim, é quem ocupa no momento o segundo posto da pauta exportadora: o milho.
À primeira vista essa preocupação deveria ser secundária, pois no ano passado o milho abriu o novo exercício como quarto principal produto da pauta – portanto, também à frente do frango – e acabou encerrando 2015 na nona posição.
Ocorre, porém, que o atual aumento de (praticamente) 24% na receita do milho se baseia apenas e exclusivamente no volume, pois o preço médio recuou mais de 11%. E isso quer dizer que o volume exportado no primeiro mês de 2016 aumentou perto de 40%, ficando próximo dos 4,5 milhões de toneladas.
No ano passado, os embarques de milho de janeiro corresponderam a cerca de 11% do total anual. O que sugere que, mantido o mesmo desempenho, as exportações de 2016 podem chegar aos 40 milhões de toneladas, aumentando quase 40% em relação a 2015.
Isso é ótimo para seus produtores e para o País. Mas representa a absorção de quase metade da safra prevista para 2016 – cerca de 82 milhões de toneladas – e corresponde a um índice bem maior que os 34% de 2015. Parece que os problemas atuais de preço e abastecimento não serão superados tão cedo.