sábado, novembro 23, 2024

Data é uma homenagem a uma das bebidas mais apreciadas no mundo

14 de abril é o Dia Mundial do Café. A data foi criada para homenagear uma das bebidas mais apreciadas em todo mundo.

Em 2019 o consumo mundial de café estimado atingiu 167,90 milhões de sacas de 60kg, das quais 116,88 milhões, que correspondem a 70%, foram consumidos por países importadores e 51,02 milhões por países produtores de café, cujo montante representa 30% do consumo global.

A Europa se destaca em primeiro lugar no consumo mundial com 54,54 milhões de sacas, volume que representa 32% do total. Em segundo lugar, está a Ásia & Oceania, com 37,84 milhões de sacas, responsável por 23%. Em terceiro fica a América do Norte com 30,96 milhões de sacas (18%); em quarto, América do Sul, com 27,14 milhões de sacas (16%); em quinto lugar, África, com 11,94 milhões de sacas (7%). Por fim, América Central & México são responsáveis por consumir 3% do volume global, com 5,57 milhões de sacas.

O Brasil é o maior produtor e exportador. Só nos dez primeiros meses de 2019, as exportações brasileiras de café atingiram 34,05 milhões de sacas, volume superior ao de 2018, cujas exportações no mesmo período atingiram 27,73 milhões de sacas segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil – Cecafé.

Segundo do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP, a temporada brasileira 2020/21 poderá ser volumosa, devendo somar pouco mais de 60 milhões de sacas.

De acordo com a Organização Internacional do Café (OIC), o Brasil é o segundo maior consumidor mundial da bebida, logo atrás dos Estados Unidos, que possui 14% da demanda mundial. Nosso país representa 13% dessa demanda, com 21 milhões de sacas ao ano. Entre 2017 e 2018 houve um crescimento de 4,8% no consumo, comparado com período anterior. A projeção é que haja um crescimento de 3,5% ao ano até 2021.

O mercado externo é de extrema importância para o Brasil, pois somos o maior exportador de café do mundo. Na categoria “Café não torrado, não descafeinado”, nossos maiores compradores são a Alemanha (17,71%), Estados Unidos (17,57%) e Itália (10,06%). Já na categoria “Café torrado, não descafeinado”, os maiores mercados são Estados Unidos (31,47%), Argentina (14,16%) e Japão (12,90%).

Segundo estudo feito pela consultoria Euromonitor, o mercado brasileiro de café premium tem crescido de forma acelerada. Apesar disso, a maior parte do consumo doméstico ainda é de café tradicional.

No Brasil, o consumo anual de café premium gira em torno de 70 mil toneladas, o que representa de 5% a 10% do consumo total no setor. Esse consumo cresce 15% ao ano, enquanto o de café tradicional aumenta 3,5% ao ano.

Segundo a associação que reúne as indústrias do setor, o mercado do café no Brasil está na terceira a onda. A primeira trouxe o café para dentro de casa. O tipo instantâneo e a embalagem a vácuo. Na segunda onda, surgiram as cafeterias com bebidas também a base do expresso. E a terceira onda chegou com o surgimento de marcas regionais e com a descoberta do sabor do café. A quarta onda já está chegando, onde além da experiência, o consumidor também quer exclusividade no café.

A tendência no crescimento do mercado de café premium se deve ao aumento do número de consumidores que optam por produtos de maior qualidade. Esse público tem interesse em novos métodos de preparo, além de se preocupar com a origem do produto e a sustentabilidade na hora da produção. Ele está dividido entre os Coffee lovers, que vão às cafeterias e procuram um bom ambiente, com conceito por trás da entrega final do produto, e os Consumidores, que compram cafés especiais nas grandes redes de mercado e pela internet.

Dos consumidores de café premium, 20% pertencem à classe A, 50% à classe B e 30% à classe C. A maior parte desse público está situado na região sudeste (45%), seguida pelo nordeste (22%) e sul (17%). A maior parte dos consumidores está na faixa etária acima de 40 anos (40%). O restante tem entre 18 e 30 anos (35%) e entre 31 e 40 anos (25%).

Quanto ao gênero, 50% é formado por homens e 50% por mulheres.

Esse crescimento vem sendo impulsionado pela chegada de novas marcas no mercado, popularização de diferentes formas de extração, expansão de redes de cafeterias e por um universo de sabores a ser desvendado com a proliferação de microlotes e produção de receitas com a bebida, entre outros fatores.

Referência na produção de café gourmet no Brasil, a Fazenda Santa Monica está localizada na região de Machado, no Sul de Minas Gerais, numa altitude superior a mil metros. Na propriedade de 35 anos e 449 hectares são cultivados 500 mil pés de café arábica das espécies Novo Mundo e Catuaí.

Grande parte das 300 toneladas de grãos produzidos a cada ano é utilizada na linha de Cafés Gourmet Santa Monica e o restante é comercializado no mercado brasileiro e exportado.

Para aumentar sua produção, há dez anos a Fazenda utiliza um sistema israelense de fertirrigação por gotejamento, onde a propriedade é dividida em sete áreas que são monitoradas e irrigadas conforme as necessidades de cada setor.

A propriedade também aposta nos avanços da biotecnologia para ter 60% da sua produção de grãos gourmet, um percentual superior ao de outras fazendas que chegam, em média, colher entre 10% e 20% desse tipo de café. “Para evitar o uso de defensivos químicos e a degradação da Fazenda, utilizamos os recursos que a própria natureza nos dá. Usamos produtos biológicos e processos naturais, aproveitando o avanço da tecnologia na agricultura. A inovação é a melhor arma para combater pragas e aumentar a produção”, explica Moscofian,

Um dos exemplos dessa inovação é o uso de adubagem organo mineral que utiliza rochas de Fósforo e Potássio combinadas com bactérias para retirar o Nitrogênio do ar e o introduzir nos grãos de café. Na Fazenda não são utilizados adubos orgânicos, como estrume de vaca ou galinha, pois, como parte do café é exportada esses adubos não são aceitos em muitos países.

Na propriedade também são empregados diversos produtos biotecnológicos para fazer o controle biológico de pragas e um sistema de tratamento de água da chuva que é usada para irrigação. Por meio de bombeamento é possível retirar os Ferros 2 e 3 presentes na água da região através de um processo volatização que esparge esses minerais pelo ar para evitar que eles entupam as mangueiras usadas na irrigação.

A Fazenda também usa o sistema Safra Zero, onde a propriedade é dividida em três partes. A cada ano, em uma dessas áreas, os pés são decotados e esqueletados, o que faz com que cada ramo cortado gere pelo menos três novos ramos. Durante um ano os pés que foram submetidos a esse processo não irão dar frutos, mas no ano seguinte eles conseguem ter uma produção até 50% maior. Com esse sistema a propriedade consegue produzir de 80 a 120 sacas por hectare sem ter prejuízo, pois não tem as mesmas despesas com produção e colheita na área que foi podada.

Para manter o mesmo padrão de café, a Fazenda Santa Monica utiliza uma máquina à laser com tecnologia de ponta que seleciona os grãos pelo tamanho e cor separando grãos os vermelhos dos verdes e pretos.

Outra inovação é o uso de um secador estático para fazer a secagem dos grãos, que são secos em uma caixa pela ação do vento e calor durante 3 dias. Após esse processo, são transferidos para a outra caixa onde permanecem por mais 6 dias e só depois vão para o secador para a retirada de toda a umidade, antes de serem armazenados em greenbags.

A Fazenda Santa Monica possui as certificações da Ascafea, UTZ, Emater, Brazil Speciality Coffee Association e da Certifica Minas Café. Para manter essas certificações e o equilíbrio ecológico na região, são plantadas 100 árvores por ano na propriedade, principalmente espécies frutíferas para alimentar os pássaros e animais da região.

A maior parte do café produzido na Fazenda Santa Monica é considerado gourmet por ter mais de 80 pontos na escala da BSCA (Brazilian Specialty Coffee Association). Para ser classificado como café especial, um café precisa atingir o mínimo de 80 pontos, de acordo com a metodologia SCAA que definiu uma escala de 0 – 100 pontos para avaliar a qualidade dos grãos.

Para estender o mesmo padrão de qualidade usado na Fazenda para a bebida, os grãos do Café Santa Monica são armazenados durante um ano para concentrar suas propriedades e óleos essenciais e só depois vão para uma torrefadora própria que torra lotes pequenos, de 30kg, para destacar as características gourmet dos grãos e garantir o dulçor e aroma da bebida

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