O Brasil está próximo de completar 20 anos sem foco de febre aftosa e o programa nacional de erradicação da doença será revisado. Medida que a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), órgãos estaduais de sanidade, serviços veterinários e diversas entidades do setor de pecuária de corte vêm trabalhando para realizar.
As últimas ocorrências da doença foram registradas no ano de 2006, em Mato Grosso do Sul e Paraná. Hoje, o único estado livre da enfermidade sem a vacinação é Santa Catarina. Amapá, Amazonas e Roraima ainda não são reconhecidos livres da doença com vacinação. Os demais estados e o Distrito Federal estão livres da aftosa com a vacina. O assunto foi debatido na reunião da Câmara Setorial da Carne Bovina, que ocorreu no MAPA, em Brasília, na terça-feira (01/12).
Durante o encontro, o ministério apresentou a metodologia e resultados das avaliações junto aos Órgãos Executores de Sanidade Agropecuária (OESA) sobre a evolução do Programa Nacional de Erradicação de Febre Aftosa (PNEFA). A apresentação contemplou as auditorias do MAPA, que são realizadas nos estados brasileiros para a elaboração e execução de um plano de ações para melhorar o serviço veterinário oficial com objetivo de erradicar a doença.
Na reunião também foi debatida a proposta de ampliação de exportação de material genético, que contribui com as ações do MAPA sobre Certificação Zoosanitária Internacional (CZI) das exportações de sêmen, embrião e bovinos vivos. Ação que auxiliou inclusive na revisão do CZI de bovinos vivos para Bolívia, recém-negociado e homologado entre MAPA e SENASAG (entidade sanitária agropecuária Boliviana).
Outro assunto abordado foi a importância da Cota HQB 481 beneficiando toda cadeia da carne bovina e o alinhamento da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC) e da Associação Brasileira de Frigoríficos (ABRAFRIGO) sobre a Portaria de Despojos. A referida Cota aceita cortes de carcaças bovinas de novilhos e novilhas com ate 30 meses de idade, sendo nutridos com matéria seca de pelo menos 1,4% de peso vivo.
Também foi apresentado o standard da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) sobre transporte terrestre de cargas vivas, neste caso para bovinos de corte. Foram abordadas as peculiaridades do animal, manejo e condições de criação, entre outros. Sobre o transporte, foi destacada a responsabilidade conjunta envolvendo o produtor, agentes de comércio, operadores do transporte e a indústria. Além do necessário planejamento de cada percurso.
Por fim, o coordenador de sementes e mudas do ministério, André Peralta, comentou sobre a norma atual de sementes e mudas vigente, conforme Instrução Normativa 30/2008. Segundo Peralta, em relação ao trabalho de fiscalização do ministério às empresas fornecedoras de sementes forrageiras, é preciso revisar a atual regulamentação, em razão dos prejuízos aos usuários destas sementes. “A CNA solicitará um posicionamento a respeito da opinião do setor produtivo sobre a elevação do grau de pureza para as sementes de pastagens do gênero Brachiaria e Panicum. Atualmente a norma preconiza grau de pureza de semente forrageira de 60% para Brachiaria e 40% para Panicum”, finalizou o presidente da Comissão Nacional de Bovinocultura de Corte da CNA, Antônio Pitangui de Salvo.