A chamada Economia Verde, que engloba fatores como segurança alimentar e energética, além da preservação dos recursos naturais, será decisiva para que o Brasil possa fornecer alimento para o mundo no futuro. A afirmação é do diretor da Sociedade Nacional de Agricultura Ronaldo de Albuquerque.
“Nosso País já dispõe de água, solo, terra, tecnologia e capacidade empresarial. Conforme disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, durante o 12º Congresso de Agribusiness da SNA, nosso desafio será saber utilizar os ativos ambientais e traduzi-los em riqueza e sustentabilidade.”
Para Albuquerque, é necessário ainda que o homem saiba respeitar os limites dos ecossistemas regionais. “Estas áreas, quando preservadas, podem sustentar a população local e manter os serviços ambientais.”
LIDERANÇA DO BRASIL
O ex-ministro e membro da Academia Nacional de Agricultura Roberto Rodrigues afirma que, para o Brasil assumir a liderança de um projeto global de Economia Verde, “é preciso fazer a lição de casa, que implica numa estratégia de nação e lidar com alguns assuntos como o Código Florestal, a questão ambiental, a logística, a infraestrutura, a política de renda, a lei do seguro rural e a lei do preço mínimo”.
Já o diretor da SNA salienta que, para haver maior produtividade no campo, como decorrência de um aperfeiçoamento da política agrícola no País, é necessário expandir o sistema elétrico nacional. “Ele é fundamental para a segurança alimentar e suas infraestruturas de suporte”, garante.
MAPA DA FOME
Relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO/ONU) estima que uma em cada oito pessoas no planeta sofre de fome crônica. O problema atinge 842,3 milhões de pessoas e concentra-se nos países em desenvolvimento.
De acordo com a instituição, em termos proporcionais, a África tem 23,6% da população em situação de fome crônica, quase uma em cada quatro pessoas.
Representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic afirma que, além da produtividade mundial não crescer na mesma proporção da demanda de alimentos, a elevação da renda tem puxado o consumo e os problemas climáticos estão aumentando os custos de energia.
Neste contexto, ele destaca que o Brasil tem papel fundamental como fornecedor de alimentos e conhecimento para o mundo e que, até 2050, deverá responder por 40% do crescimento da produção do planeta. O representante da FAO defende a criação de um grupo estratégico de pensadores sobre o papel do Brasil nesse futuro.
COMBATE À MISÉRIA
Na opinião de Ronaldo de Albuquerque, a ONU precisa dar ênfase à recuperação das chamadas populações subnormais. “Partimos do ponto de vista de que a miséria é uma consequência socioeconômica de solução distorcida dada a um problema. Existisse no mundo uma agricultura produzindo frutos generosos à questão, a pobreza estaria minimizada. Daí, nosso redobrado interesse em ver o aumento da produtividade agrícola ser atacada com mais agressividade e eficiência”, salienta o diretor da SNA.