Mesmo com o final da Temporada de Primavera da Pecuária Gaúcha, o mercado da pecuária de corte no Rio Grande do Sul continua aquecido. O bom momento de preços e de mercado está fazendo com que haja negociações de compra e venda ocorrendo apesar da proximidade com o final do ano. E boa parte desta comercialização envolve novos criadores de outros Estados que buscam a genética das raças criadas em território gaúcho.
Só na última semana foi concretizada uma venda de 220 vacas com cria da raça Hereford para um novo investidor de Minas Gerais. A negociação foi intermediada pelo departamento comercial da Trajano Silva Remates. “Estamos vendo o preço do boi rompendo fronteiras e batendo recordes. Já podemos falar em R$ 11,00 o quilo da carcaça. As vendas para fora do Rio Grande do Sul aumentaram bastante e isso se deve ao trabalho das associações de raça mostrando a nossa carne e como é diferente a nossa genética em relação a outros rebanhos”, explica o diretor do escritório, Gonçalo Silva.
De acordo com o especialista, muitos criadores estão procurando matrizes e touros para fazer este primeiro choque entre as raças britânicas e sintéticas com os zebuínos, especialmente por causa da maior precocidade e ganho de peso. “Depois de algumas adaptações nestes últimos anos foi possível identificar qual é o animal específico para cada região. Para Minas Gerais andam bem as raças britânicas como o Angus e o Hereford, pois Minas é mais úmido. Já o Mato Grosso é mais seco. E lá as raças mais sintéticas como o Brangus e o Braford são mais adaptadas. E os criadores destas regiões vêm ganhando com resultados satisfatórios e isto vem se propagando”, observa.
Silva acredita que este movimento de mercado deve ter continuidade no ano de 2016. Além dos valores do preço da carne, a suspensão de embargos e abertura de novas fronteiras para a carne brasileira vão manter o ritmo de valorização da pecuária gaúcha. “Recentemente o Japão suspendeu o embargo da carne processada do Brasil e o Oriente Médio vem enviando mais navios para o Sul para levar gado em pé. São fatores que fazem com que a carne siga nesta estabilidade”, sinaliza.