O governo federal anunciou, nesta terça-feira (11), a anulação do leilão de importação de arroz. A justificativa foi a possível falta de capacidade técnica e financeira de empresas vencedoras da licitação para arcar com os compromissos.
O anúncio foi feito em entrevista coletiva no Palácio do Planalto pelo presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto; pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira.
“A decisão é anular esse leilão e proceder novo, mais ajustado, para contratar empresas que possam entregar arroz de qualidade no melhor preço. Não temos data ainda”, disse Edegar Pretto. “Não podemos colocar dinheiro público se tiver qualquer fragilidade ou dúvida”.
Questionados sobre se o atraso no leilão vai gerar falta de arroz no Brasil, os integrantes do governo federal afastaram a possibilidade e afirmaram que a decisão de comprar o produto do exterior foi tomada com a intenção de colocar comida mais barata na mesa da população.
“Temos volume justo entre produção e consumo, ninguém diz que não tem arroz no Brasil, mas é muito justo. É decisão do presidente que isso não reflita na mesa dos mais humildes. Está posto o cenário, temos a clareza de que precisam ser aperfeiçoados o edital e o leilão. Será feito com o conjunto governamental para dar suporte. Vamos conseguir um edital mais moderno e transparente”, disse o ministro Carlos Fávaro.
Fávaro também anunciou que o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, pediu demissão após ser envolvido em uma polêmica sobre o leilão do arroz. Robson Luiz de Almeida França, ex-assessor de Neri, foi um dos negociadores do leilão.
França é dono da Bolsa de Mercadorias de Mato Grosso (BMT), que arrematou o leilão em nome da Foco Corretora de Grãos, ambas criadas em maio de 2023. A empresa ficaria responsável por intermediar a venda de 44% do arroz importado no leilão.