sábado, novembro 23, 2024

Indústria de carne bovina do Brasil projeta fortes embarques para China em 2016

As exportações brasileiras de carne bovina deverão ter um impulso em 2016 com fortes embarques para a China, ajudando a recuperar os percalços sentidos pelo setor em 2015, projetou nesta sexta-feira o presidente da entidade que representa as empresas exportadoras.

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) estima que as exportações para a China deverão somar 200 mil toneladas no próximo ano, o equivalente a 1 bilhão de dólares, disse o presidente da entidade, Antônio Camardelli, nesta sexta-feira.

No acumulado dos primeiros dez meses de 2015, as exportações totais de carne bovina do Brasil somaram 4,8 bilhões de dólares e 1,1 milhão toneladas, queda de 18 por cento no faturamento e 11 por cento no volume.

O mau desempenho no ano é atribuído principalmente a dificuldades em mercados tradicionais como Rússia e Venezuela, abalados pelos baixos preços do petróleo, além de redução nos embarques para Hong Kong.

O mercado chinês de carne bovina foi reaberto ao Brasil este ano e, segundo Camardelli, as exportações já ocorrem efetivamente há cinco meses.

Em outubro, o país asiático já foi o segundo principal destino dos embarques de carne bovina do Brasil.

“A abertura do mercado da China foi uma dádiva para nós”, disse o executivo em um encontro de analistas organizado pela Scot Consultoria.

Camardelli evitou fazer projeções para o resultado total das exportações em 2015 e em 2016.

Para dezembro e janeiro, pontualmente, a Abiec estima que os embarques de carne bovina para o país asiático deverão desacelerar devido à redução de compras antes do Ano Novo chinês, comemorado no início de fevereiro.

O Brasil já tem oito unidades de abate exportando efetivamente para a China. Há cerca de dez dias, três novas plantas foram autorizadas a embarcar.

“Após a última visita deles (chineses), temos perspectiva de mais três. Seriam 14 no total. E mais uma série de empresas listadas (na espera), que estão dentro de um processo de negociação comercial”, afirmou.

A Abiec estuda, inclusive, abrir na China seu primeiro escritório fora do Brasil, revelou o executivo, sem falar em um prazo.

A expectativa é que a representação possa ajudar empresas brasileiras e diplomatas a negociar novos acordos.

“É um país que compra tudo que é parte do boi, inclusive partes que os outros não compram. É necessária uma proximidade e uma presença mais institucional, para ajudar a embaixada, do adido agrícola, porque é um mercado que se consolida como um dos maiores.”

AQUISIÇÕES NO BRASIL

Investidores chineses estão buscando também oportunidades para comprar participações minoritárias em frigoríficos de pequeno e médio porte no Brasil, o que comprovaria o interesse da China em garantir fluxo de carne bovina, disse Camardelli.

“A gente foi procurado (por investidores chineses) e mostrou o portfólio de indústrias”, afirmou o executivo, dizendo não ter detalhes adicionais sobre negociações em andamento, uma vez que ela não ocorrem com participação da Abiec.

(Edição de Luciano Costa)

 

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