Mesmo durante a “crise” política e econômica que afeta o país, o brasileiro tem consumido mais flores, gastando em média R$ 26,68 por habitante, segundo o Instituto Brasileiro de Flores (Ibraflor). Com isso, o setor de floricultura deve crescer 8% em 2015, e órgão estima faturamento de R$ 6,1 bilhões.
Os números positivos já são registrados há quatro anos consecutivos no mercado de flores: em 2014, foram R$ 5,7bilhões. “O mercado de flores é uma importante engrenagem na economia brasileira, responsável por 215.818 empregos diretos, dos quais 78.485 (36,37%) relativos à produção, 8.410 (3,9%) à distribuição, 120.574 (55,87%) no varejo e 8.349 (3,8%) em outras funções, em maior parte como apoio”, diz Kees Schoenmaker, presidente do Ibraflor.
Vários fatores podem ser atribuídos ao bom momento da produção de flores. Da crise hídrica que assola o São Paulo, principal Estado produtor, surgiu a oportunidade de melhorar o uso da água e, com isso, também economizar. Hoje, os produtores apostam em captação de água da chuva e irrigação por gotejamento para evitar o desperdício.Os produtores também apostam na instalação de caldeiras movidas a lenha, cavaco e/ou gás para a climatização dasestufas, reduzindo a conta de energia.
Ainda como motor do setor, há o investimento em genética vegetal. São mais de 3.000 variedades de cerca de 350 espécies, produzidas por 8.248 produtores em todo o país.
Consumo
O setor defende o consumo das plantas ornamentais e flores mesmo em tempos de crise, afirmando que esse tipo de produto não é supérfluo e que são encaixados em diversas situações no dia a dia, muito além de velórios,nascimentos e aniversários. “A flor sempre estará presente nos momentos que envolvam a emoção”, diz Renato Optiz, presidente da Câmara Setorial Estadual de Flores e Plantas Ornamentais e diretor de marketing do Ibraflor.
“O mercado oferece uma infinidade de variedades de flores, em todos os tamanhos, cores e embalagens para atender os mais variados gostos, bolsos e ocasiões. As flores, hoje, podem ser encontradas ao lado da casa dos consumidores ou encomendadas pela internet. Tudo isso tem ajudado muito na sua popularização”, analisa.
Ainda segundo o executivo, a crise não é empecilho para comprar flores e que, por isso, o produtor deve continuar investindo. “Atuo há 25 anos neste mercado e garanto que esta não é a primeira crise que o país atravessa. Já tivemos crises piores e o consumidor não deixou de comprar flor. Assim, os produtores não cruzaram os braços para reclamar, mas foram literalmente a campo para aquecer o mercado. E a grande maioria deles está colhendo sucesso porque soube planejar os investimentos a médio e longo prazos. Quem esta investindo esse ano vai colher bons frutos quando o mercado se estabilizar”.
Fonte: Globo Rural