O feriado do Dia do Trabalho nos Estados Unidos acabou paralisando a Bolsa de Chicago e também os mercados da soja no Brasil, segundo informações da TF Agroeconômica. “A relação com os preços domésticos da soja no Brasil é a seguinte: como cerca de 60,43% de uma safra cheia, como a de 20/21 foi para a exportação (foram 61,38% na última safra, mesmo com a quebra) o mercado de soja brasileiro é altamente dependente dos preços do exterior, cuja equação é: cotação de Chicago + prêmio x cotação do dólar”, comenta.
“Como um dos componentes do preço esteve ausente hoje, todo o mercado ficou absolutamente parado, porque tudo pode mudar a partir de amanhã, quando os mercados futuros de soja, farelo e óleo voltarem a funcionar”, completa.
Mas, existe uma segunda correlação direta, já que as Tradings não tomam absolutamente nenhuma posição no mercado físico (compras diretas de agricultores que depositam nos seus armazéns, ou de lotes de cooperativas e cerealistas), sem fazerem a devida cobertura (operação inversa) na Bolsa de Chicago. Assim, se Chicago está fechado, não podem tomar nenhuma posição no mercado físico de compra (na origem) ou venda (nos destinos).
“Percebe-se, então, que os preços apresentados pelos compradores de soja (e farelo e óleo para exportação) não nascem da cabeça dos gerentes das Tradings, mas, de uma sequência de cotações que começa na Bolsa de Chicago, passa pelos prêmios pagos pelos exportadores/importadores e pela cotação do dólar do dia. Essa correlação existe também nas exportações de milho e de trigo. Por isso, ambas estiveram, também, ausentes nesta segunda-feira. Aliás, o mercado de trigo brasileiro se ressente justamente da falta de cobertura nos mercados futuros de Chicago, nesta temporada”, conclui.
Fonte: Agrolink