O Ministério Público do Rio Grande do Sul apresentou à Justiça de Venâncio Aires, nesta quinta-feira, denúncia contra 19 pessoas que estariam envolvidas na fraude investigada na 10ª fase da Operação Leite Compen$ado 10. O documento é um aditamento à denúncia ajuizada um mês atrás.
O promotor Mauro Rochembach pede a manutenção das prisões dos sócios da empresa H2B Laticínios Ltda, assim como a aplicação de medidas cautelares a outras 17 pessoas, incluindo a proibição de que acessem ou frequentem as empresas Lactibom, H2B, DRW, todas elas suspeitas de participação na fraude. As 19 pessoas foram denunciadas pelos crimes de organização criminosa e adulteração de produto alimentício.
As cautelares solicitadas são o comparecimento na Justiça a cada dois meses para informar as atividades realizadas, a proibição de acesso ou frequência à sede das empresas Lactibom Derivados do Leite Ltda., H2B Laticínios Ltda., DRW Alimentos Eireli e Laticínios Latte Bios Ltda., a proibição de se ausentarem da Comarca por mais de oito dias e a suspensão do exercício de atividade de natureza econômica quando houver receio de sua utilização para a prática de infrações penais.
Durante as investigações, análises feitas pelo laboratório da Univates constataram que 11 lotes de Leite UHT Lactibom apresentaram acidez elevada e proliferação de bactérias (o que indica que o leite estava em processo de deterioração), além de crioscopia elevada – o que pressupõe a adição de água.
Já a H2B manteve em silos milhares de litros de leite pasteurizado que apresentaram acidez elevada e crioscopia. A denúncia revela, ainda, que a Laticínios Latte Bios Ltda., de Lajeado, tinha como matéria-prima o leite cru refrigerado da H2B, corrompido, nocivo à saúde e com valor nutritivo reduzido. Na empresa, era fabricado queijo Queschmier-Ricota com o leite fraudado. A análise do Laboratório da Univates detectou no queijo coliformes fecais, associados às fezes de animais, e que resistem ao calor.