O Paraná responde por 20% da produção nacional. No primeiro semestre, o Estado produziu 2,4 milhões de toneladas de carne, à frente de Santa Catarina, com 1,55 milhão de toneladas, e do Rio Grande do Sul, com 1,3 milhão de toneladas.
Os dados são de um levantamento do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes) com base nos números da pesquisa de produção pecuária trimestral do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada no fim de setembro.
A indústria de carnes paranaense vem conseguindo driblar a crise econômica e crescer bem acima da média brasileira. Enquanto a produção do Brasil avançou 1% na comparação do primeiro semestre contra o mesmo período do ano passado – para 11,7 milhões de toneladas – o Paraná aumentou 8% na mesma base de comparação.
Os frigoríficos paranaenses galgam espaço ao aproveitar a elevada produção de grãos do Estado, que serve de insumo para os animais, com alta tecnologia de produção, de acordo com Julio Takeshi Suzuki Júnior, presidente do Ipardes. “Essa combinação garante ao Estado uma participação cada vez maior nessa cadeia
no País”, afirma.
SETORES – O Estado tem forte atuação na área de frango e suíno – na qual ocupa o primeiro e o terceiro lugar respectivamente no ranking nacional do semestre – e uma presença menor a bovinocultura, que é liderada pelo Mato Grosso.
Do total produzido pelo Paraná, a maior parte vem da avicultura, com 1,95 milhão de toneladas no primeiro semestre (aumento de 10,1%), seguida pela suinocultura, com 331,5 mil toneladas (alta de 11,8%), e pela bovinocultura, com 140,6 mil toneladas, que teve queda de 12,4% .
EXPORTAÇÕES – Boa parte do impulso na produção de carnes do Estado se deve às exportações, que crescem com a ampliação de mercados e o dólar alto. No primeiro semestre, as vendas de carne de frango cresceram 17,8%, para 648,3 mil toneladas.
Além do câmbio, barreiras sanitárias impostas aos Estados Unidos por conta de um surto de gripe aviária abre espaço para o frango paranaense. Os frigoríficos aumentaram embarques, também, para a Ásia e para o México.
O setor se beneficia da migração do consumo da carne bovina para a de frango no mercado interno. Com inflação alta, o consumidor está optando por carnes mais baratas.
Já as exportações de suínos avançaram 40,3%, chegando para 22 mil toneladas, impulsionadas pela retomada das compras da Rússia.
REFLEXO NO EMPREGO – O aumento do ritmo de produção tem reflexo na geração de empregos. No primeiro semestre, os frigoríficos do Paraná contrataram 30% mais na comparação com igual período do ano passado, chegando a um saldo positivo de 5.491 postos de trabalho, de acordo com o levantamento do realizado pelo Observatório do Trabalho do Paraná da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social com base nos números do Ministério do Trabalho e Emprego.