“O uso do milho e soja Bt (Bacillus Thuringiensis) é mais uma ferramenta dentro de um contexto de produção. Você não pode encarar como a única ferramenta a ser utilizada, é importante trabalhar com diversos componentes”. A afirmação foi feita por César Santos, Líder de Projetos Dow Agrosciences, no XXVI Congresso Brasileiro de Entomologia, realizado essa semana em Maceió (Alagoas).
“É importante trabalhar com produtos antes do plantio, por exemplo, na dessecação, utilizando inseticidas para eliminar lagartas que estejam na área. Fazer o tratamento de sementes eficaz, que ajude na preservação dessa tecnologia. Mesmo após o plantio, não podemos esquecer que existe a necessidade de o agricultor continuar monitorando essa área”, aponta o especialista.
“Nós temos níveis de danos estabelecidos para que, quando se atinja esse patamar, se faça uma aplicação. Além disso, temos uma ferramenta extremamente importante que é o refúgio: que no milho deve ser de 10% da área, e na soja e algodão de 20% da área. E essa área também precisa ser maneja! A diferença é que no refúgio não se pode fazer um número de aplicações muito grande, sob pena de matar todos os insetos que contribuem para que essa área funcione exatamente como um refúgio – porque mais adiante eles podem se reproduzir com os resistentes e diminuir essa resistência”, explica.
Santos destaca que a tecnologia Powercore no milho trabalha com “três proteínas para o controle da principal praga: a lagarta do cartucho (Spodoptera frugiperda). E para aplicações foliares nós lançamos o Exalt, que é excepcional para a lagarta do cartucho, mas precisa ser rotacionado com outros – com outro modo de ação”.
O Líder de Projetos da Daw conclui relembrando que “o manejo integrado de pragas (MIP) é extremamente importante, e várias dessas ferramentas o agricultor já utiliza. Infelizmente, o que tem sido menos utilizado é a área de refúgio. E isso seria extremamente importante para que ele tenha essa tecnologia por um tempo maior”.