A alta continuada do Dólar ainda é o maior fator de alta dos preços atuais da soja. “Porém, o nível atual da moeda norte-americana é resultado da disseminação do coronavírus, e está sendo combatido em todo o mundo, tendendo a cair a curto e médio prazos”, apontam os analistas da T&F Consultoria Agroeconômica.
“Nossa recomendação é que se venda toda a soja que puder, para esta e para a próxima safra, nos preços que estão sendo oferecidos pelo mercado atualmente, antes que caiam. O fator principal da decisão de venda do agricultor é a margem de lucro, que está sendo ao redor de 28%”, justificam os especialistas.
De acordo com eles, a fraqueza da alta histórica do dólar está no fato de que os principais agentes da economia global e brasileira estão fazendo esforços para reduzir os efeitos econômicos do coronavírus: “De tal modo que a aversão ao risco pode diminuir e as moedas locais se revalorizarem frente ao dólar. O principal efeito no Brasil será a redução do preço das commodities, entre as quais a da soja. Nossa recomendação, portanto, é aproveitar os preços atuais”.
QUEBRAS
Por outro lado, ressalta a T&F, o mercado ainda não assimilou as quebras da Argentina e do Brasil. O último relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), divulgado esta semana, ainda mencionou uma produção de 54 milhões e toneladas (MT) da Argentina, que deverá ser reduzida para 52 MT, segundo o relatório da Bolsa de Cereales da última quinta-feira.
O reporte também não referiu a quebra já admitida de 25%, ou 6,3 milhões de toneladas, da safra gaúcha, mas que poderá chegar aos 50%, segundo relatório da Farsul da última sexta. “Com isto, temos admitidas quebras de 8,3 milhões de toneladas na safra de soja da América do Sul, que deverá cair para 170,7 MT, contra as atuais 179 MT estimadas pelo USDA e aceitas pelo mercado”, conclui a T&F.